Ontem, Manchester City e Queens Park Rangers proporcionaram aos amantes do futebol um verdadeiro espetáculo no Etihad Stadium. Os Citizens necessitavam da vitória, visto que o rival Manchester United dificilmente vacilaria em Sunderland. Os Hoops também buscavam o triunfo para não depender de um tropeço do Bolton em Stoke-on-Trent. Era normal que as duas equipes entrassem nervosas em campo, principalmente o Manchester City, que jogava em casa e tinha a obrigação de fazer a sua parte por conta do investimento e da expectativa criada ao longo da temporada.
A bola rolou e o Manchester City partiu pra cima. Walters marcou para o Stoke em cima do Bolton e as coisas se encaminhavam bem para a permanência do QPR na elite inglesa. No Stadium of Light, Rooney completou cruzamento de Phil Jones e colocou o Manchester United em vantagem diante do Sunderland. A necessidade de um gol do City se tornava cada vez mais iminente; e ele saiu. Yaya Touré fez belo passe para Zabaleta, que mandou uma bomba. Kenny espalmou, porém a bola balançou o barbante. Como se não bastasse para o time londrino, Mark e Kevin, os irmãos Davies, viraram para o Bolton no Britannia Stadium. No momento em que os jogos estavam no intervalo, o QPR estava caindo.
Parece que a conversa de vestiário de Mark Hughes, ex-técnico do Manchester City, com os jogadores do QPR deu certo. Em falha de Lescott, Djibril Cissé empatou o jogo. Os torcedores do Manchester United comemoravam. Dez minutos após marcar, o francês deixou o campo para a entrada do compatriota Armand Traoré. A intenção de Hughes era recuar o time, porém a estrela dele brilhou. Em uma das raríssimas subidas (se não a única) de Traoré pela esquerda, o lateral colocou a bola na cabeça de Mackie. Virada em Manchester. O lado vermelho da cidade ficava cada vez mais crente em um milagre.
Para os torcedores do City, alguma coisa estava errada naquela tarde. Como poderia o QPR, que adota costumeiramente uma postura defensiva fora de casa, vencer no Etihad Stadium o Manchester City, que até então estava quase 100%? Isso sem contar que, durante o 1º tempo, o time azul de Manchester mandou no jogo. Na 2º etapa, não foi diferente. Após o 2º gol do QPR, Mancini decidiu partir para o tudo ou nada. Colocou Dzeko e Balotelli, homens altos, para tentar pressionar por meio da bola aérea. Persistiu o "ataque contra defesa". A aproximadamente 10 minutos do fim, em Stoke-on-Trent, Walters empatou novamente para o Stoke City. O Bolton estava caindo por si próprio.
O ditado já dizia: "Água mole, pedra dura. Tanto bate até que fura". Dzeko, de cabeça, empatou o jogo para o City aos 91'. Aos 93', Agüero tabelou com Balotelli e anotou o gol que decidiu o Campeonato Inglês. Depois que soube que já estava salvo, o QPR não quis mais jogo. Deu para perceber após os gols do Manchester City nos acréscimos. Os jogadores do time londrino não seguraram a bola; simplesmente deram a saída e chutaram para qualquer lado. Isso não tira os méritos do Manchester City, que estava há 44 anos na fila. Os Sky Blues se tornaram o 5º campeão diferente da Premier League em seus 20 anos. O Queens Park Rangers também teve motivos para festejar: a permanência na elite do futebol inglês.
Sergio Agüero não teve boa atuação nos jogos decisivos contra Manchester United e Newcastle, mas foi o artilheiro azul na Premier League: 23 gols. Yaya Touré foi, de longe, o jogador mais regular da temporada. David Silva caiu bastante no 2º semestre, no entanto merece menção honrosa. Vincent Kompany é o melhor zagueiro do mundo na atualidade. Mancini faz um ótimo trabalho e conquistou o seu 2º título na Inglaterra (o 1º foi a FA Cup 2010-11). Hart, Barry, Dzeko, Balotelli e Zabaleta são outros atletas que se destacaram em 2011-12. A base é boa para a disputa da UEFA Champions League.
A grande maioria pensava - incluindo o criador deste blog - que o Manchester City, no mínimo, conseguiria triunfar na última rodada com tranquilidade. Contudo, o que aconteceu neste 13 de maio de 2012 não será esquecido tão logo. Obrigado, futebol!
Nenhum comentário:
Postar um comentário